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O Council on Spiritual Practices tem um documento que é bastante útil para pessoas atuando como facilitadores em experiências espirituais ou enteógenas. Nós do Universo Místico estamos comprometidos com este código, como um guia de reflexão e comportamento, e incentivamos nossos associados para que o estudem e o levem à prática quando estiverem em posição de guias de visitantes ou recém chegados, para que assim nosso servir seja pleno de amorosidade ágape.

[Prefácio] As pessoas há tempos procuram enriquecer suas vidas e despertar para sua natureza completa através de práticas espirituais que incluem oração, meditação, disciplinas de corpo e mente, serviços, rituais, liturgias conjuntas, atenção a épocas e dias sagrados e ritos de passagem. “Práticas religiosas primordiais” são aquelas com objetivo de evocar, ou provavelmente levar a, estados de consciência excepcionais tais como a experiência direta do divino, da unidade cósmica ou da consciência ilimitada.

Em qualquer comunidade, há pessoas que se sentem chamadas a ajudar outros ao longo do caminho espiritual, e que são conhecidas como sacerdotes, rabinos, pastores, curandeiros, xamãs, padres ou outros títulos. Nós chamamos tais pessoas de “guias”: são aqueles com experiência em alguma prática, familiares com a área, e que agem para facilitar as práticas espirituais dos outros. Um guia não precisa afirmar possuir conhecimento exclusivo ou definitivo sobre sua área.

Práticas espirituais, e especialmente práticas religiosas primordiais, envolvem riscos. Então quando alguém escolhe praticar com a assistência de um guia, ambos adquirem responsabilidades especiais. O Conselho em Práticas Espirituais propõe o seguinte Código de Ética para os que atuam como guias espirituais.

1. [Intenção] Guias espirituais devem praticar e servir de modo a cultivar consciência, empatia e sabedoria.

2. [Servir à sociedade] Práticas espirituais devem ser planejadas e conduzidas de modo a respeitarem o bem comum, com atenção devida à segurança do público, saúde e ordem. Já que a consciência ampliada obtida com as práticas espirituais pode levar ao desejo de mudanças pessoais e sociais, guias devem ter cuidado especial para ajudar a direcionar as energias daqueles a quem servem, assim como as próprias, de uma maneira responsável, que reflita um cuidado amoroso com toda a vida.

3. [Servir às pessoas] Guias espirituais devem respeitar e procurar preservar a autonomia e dignidade de cada pessoa. A participação em cada prática religiosa primordial deve ser voluntária, baseada em explicações fornecidas previamente e no consentimento individual de cada participante, dado em um estado normal de consciência. As explicações devem incluir, no mínimo, uma conversa sobre qualquer elemento da prática que possa razoavelmente ser encarado como tendo riscos físicos ou psicológicos. Em particular, os participantes devem ser avisados de que experiências religiosas primordiais podem ser difíceis e dramaticamente transformadoras. Guias devem tomar precauções adequadas para proteger a saúde e segurança de cada participante durante a prática espiritual e nos períodos de vulnerabilidade que possam se seguir. Os limites na atuação dos participantes e facilitadores devem estar claros e em concordância antes de qualquer sessão. Regras apropriadas de confidencialidade devem ser estabelecidas e honradas.

4. [Competência] Guias espirituais devem ajudar apenas nas práticas em que são qualificados por experiência pessoal e por treino ou formação.

5. [Integridade] Guias espirituais devem se esforçar para estar conscientes de como seu sistema de crenças, valores, necessidades e limitações afetam seu trabalho. Durante práticas religiosas primordiais, os participantes podem estar especialmente abertos a sugestão, manipulação e exploração. Portanto, guias se comprometem a proteger os participantes e não permitir que ninguém use tal vulnerabilidade de modo a prejudicar os participantes e outros.

6. [Presença discreta] Para ajudar a se precaver contra as consequências negativas da ambição pessoal e organizacional, comunidades espirituais costumam ser melhor aceitas com um crescimento através da atração ao invés da promoção ativa.

7. [Sem fins lucrativos] Práticas espirituais devem ser conduzidas no espírito de serviço. Guias espirituais devem se esforçar para acomodar os participantes independentemente de sua capacidade de pagar ou fazer doações.

8. [Tolerância] Guias espirituais devem praticar abertura e respeito com pessoas cujas crenças aparentemente contrariam as suas.

9. [Revisão por pares] Cada guia deve procurar aconselhamento de outros guias para garantir a integridade de suas práticas e deve oferecer aconselhamento onde for necessário.

A versão original deste rascunho, para comentário público, foi lançada em 10 de agosto de 2001.

A versão atual em inglês está disponível em http://csp.org/code.html

O Código de Ética para Guias Espirituais, do Council on Spiritual Practices, R. Jesse, Convenor, está licenciado com uma Creative Commons Attribution-Share Alike 3.0 United States License. Cópias e trabalhos derivados devem conter um link para www.csp.org/code.html.